O que faz um Ajustador de Protótipo? – com Danilo Bassi

Entrevista 10 – 16/06/2015

16/06/2015 13h00 (GMT -3)

 

Ajustador de Protótipo
Uma área reconhecida por tornar prático o que é teórico

Oi. Meu nome é Danilo Campos Bassi Raimundo. Sou de São Bernardo do Campo/SP e atuo como ajustador de Protótipo há 4 anos.


[Escolha profissional]

Na verdade, não foi uma escolha. Foi uma coisa meio do destino assim, caminhou decorrente às circunstancias da minha vida. Eu comecei no Senai, fiz Técnico de Mecânica Veicular, a partir daí eu passei, trabalhei, fiquei 2 anos no Senai, passei a trabalhar na parte de produção da empresa, trabalhei na usinagem, fiz estágio, fui efetivado na área de montagem final de caminhões, aí depois, fazendo faculdade, parei para fazer um curso de ferramentaria, que foi o que me deu condições de atuar como Ajustador de Protótipo. E aí, surgiu essa oportunidade, me candidatei e acabei passando a trabalhar lá e estou até o momento atual.

 
[Função]

O Ajustador de Protótipo, a gente trabalha ligado aos nossos projetos. Mas, resumindo, o Ajustador de Protótipo recebe de um Engenheiro de Protótipo as informações da engenharia, as especificações, parte para um lado estereolitografia, que é a impressão em SLA, como se fosse uma impressora 3D, vamos dizer. E, desenvolve as primeiras etapas. A primeira é para você ter uma noção física mesmo da peça, se vai adequar, depois vai afinando, vai tendo mais exigências técnicas. Tem material específico e dimensões, relatório dimensional, até uma aprovação oficial mesmo que vai para teste. De forma geral, é isso.

 

[Atividades diárias]

A rotina é a seguinte: tem um sistema que vem os pedidos, que é por onde a gente recebe as necessidades dos técnicos, com todas as especificações, você pega um desenho com prazo, tudo mais. Aí, especificamente, no posto que trabalho atualmente, a gente trabalha na confecção, como eu falei, recebe os blanks, que são chapas cortadas, e vai trabalhando nas máquinas, faz montagem de conjuntos, dobradeira de chapa, ferramentas na prensa… De forma geral é isso. São peças distintas, difícil especificar cada uma, mas se resume mais ou menos nisso.

 

[Formação]

Tem que ser Técnico, Técnico em Mecânica ou Ferramenteiro, ter os conhecimentos básicos, igual eu falei, ajustagem ou usinagem, meteorologia, conhecimento de desenho técnico, são cursos técnicos, muitas vezes, a maioria, pelo fato de eu ser daqui do ABC, acaba fazendo cursos técnicos no Senai e acaba possibilitando a pessoa de atuar na função.

 

[Perfil do profissional]

Tem que ter um perfil de gostar de competências técnicas, de mecânica, né? É uma área de exatas, onde a pessoa vai se identificar mais. E o que é interessante é que estudando, você vê coisa na teoria. Lá é legal porque o protótipo é uma área reconhecida por tornar prático o que é teórico. Então, uma pessoa que gosta de ver as coisas acontecerem, lá é o local mais indicado. E, como eu falei, é uma coisa versátil., são necessidades novas, acho que a pessoa que gosta de ver, interessada assim, é bem interessante, tem bastante a explorar, vamos dizer.

Eu acredito que é importante ser dinâmico. Nesses 4 anos eu vi o maquinário, tecnologia mudando, né? Pude presenciar mudança de bastante equipamentos e tecnologias. Então, você tem de ser dinâmico, estar se atualizando e entender, estar interessando também, né? Porque é como eu falei, é uma coisa que você pode atuar, ser um profissional mediano, de fazer o que vai atender às necessidades, mas não vai te levar ao além. Porém, é um segmento que, se você quiser,  você pode ir além. Buscar informações, tentar exceder a qualidade nas expectativas. Sem dúvida, é fundamental ser dinâmico e a busca, o interesse.

[Perspectiva da profissão]

Essa é até uma pergunta muito interessante, não tinha pensado nisso até então. Mas, eu refletindo agora, acredito que não tem uma pessoa específica, porque trabalhando vai, nosso ramo de trabalho chegou a ter 10 pessoas, atualmente, tem um pouco menos, mas é interessante observar a qualidade de cada um. Mas, uma mescla, todo mundo tem uma coisa que dá para você aproveitar, uma junção, vamos dizer. Tem coisas no nosso estudo que, tem coisas que a gente não tem maturidade, no momento que a gente está estudando, a gente não tem a maturidade para absorver determinadas coisas. Que a gente acaba, não por falta de dedicação, que eu acho que muitas vezes não é o caso, mas por falta de maturidade em assimilar as coisas. Se possível, eu diria para tentar ver como, acreditar que é possível usar tudo o que você está aprendendo. Que a gente vê na teoria, até parece que está muito distante, mas é uma forma de interpretar e visualizar. Então, tem que interpretar que é uma coisa real e você vai usar no futuro. Encarar tudo como uma coisa real e na verdade não é uma teoria, realmente, são detalhes que fazem a diferença.

Então, vendo uma tendência atual, eu acredito que vai ser um profissional que vai ter, cada vez mais, autonomia. Então, eu vejo como um futuro promissor para a profissão. Vendo até como é fora. Acho que a profissão vai ser cada vez mais treinada, mais técnica e vai ter mais autonomia também para exercer. Você vai ampliar o leque, você não vai só executar, como vai simular e fazer uma análise. Eu vejo positivamente, vai ser uma coisa que vai exigir mais do profissional, consequentemente, pode remunerar melhor e também, sem dúvida, proporcionar mais conhecimento.

[Remuneração]

Geralmente, aproveitam profissionais já da empresa, porque tem o conhecimento, já está envolvido com o produto, depende muito de idade, também não sei, tem alguns fatores. Mas, acredito que a partir de R$3 mil começaria, aproximadamente.

[Indicação de leitura – Confira em: www.goodreads.com/grupoitos ]

Então, uma indicação de livro interessante que foi um, gostei muito, foi um marco assim na minha vida, a partir da leitura desse livro. Inclusive, foi um livro que me motivou a ler e eu já havia tentado antes e esse foi uma, abriu as portas, pra mim foi, é “O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota”. É até interessante, mas é do filósofo brasileiro, Olavo de Carvalho, e ele é muito interessante, como se vê, é o mínimo que você precisa saber. É um livro grande, então o mínimo é bastante coisa, aborda tudo, é bem amplo o tema dele e influenciou na minha carreira profissional, pessoal, de uma forma positiva: buscar sempre evoluir, excelência, acreditar na meritocracia e coisas nesse sentido. E um livro que, sem dúvida alguma, recomendo.


[Mensagem Final]

A mensagem que eu deixo é que se preparem, busquem a competência técnica, buscar aperfeiçoar, a ver tudo, tendências, não só do momento, mas futuras, ver para onde caminha, tentar prever alguma evolução que possa ser um diferencial e acreditar, que sem dúvida alguma, todo mundo tem seu lugar no mercado, ainda mais você estando preparado, competente e a oportunidade vai aparecer e é uma profissão que, sem dúvida alguma, vai dar mais condições de ampliar o conhecimento e a evolução profissional.

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